sábado, 16 de março de 2013

EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO



Relação Ventilação-Perfusão

O desequilíbrio entre ventilação e perfusão é o principal responsável pela maioria das trocas gasosas defeituosas nas doenças pulmonares. Estas alterações levam a hipoxemia (PO2 baixa no sangue arterial).

A flutuação da PO2 alveolar em cada respiração é cerca de 3mmHg. A velocidade de remoção de O2 do pulmão é governada pelo consumo de O2 pelos tecidos. Uma redução de PO2 no sangue arterial, resulta na PO2 tecidual baixa, e o contrário também acontece (hipoxemia ou hipercapnia).

Distúrbios do equilíbrio Ácido/Básico (Interpretação da gasometria)
Equilíbrio entre ácidos e bases: Depende das reações para correção dos desvios da homeostase
Metabolismo normal: H+ no fluido extracelular
>>>Para neutralizar esta carga ácida (e manter o pH)
Ações tampões do organismo
Regulação Respiratória
Regulação Renal

O Equilíbrio - é o mecanismo fisiológico que mantêm a concentração de hidrogênio nos líquidos corpóreos compatíveis com a vida, o corpo normalmente mantém o PH entre 7,35 a 7,45.
OBS: Ácido doa íon hidrogênio para outra substância e a base recebe o íon hidrogênio.




Interpretação da Gasometria
-          Mede a fração dissolvida não combinada de CO2
-           Depende basicamente da ventilação pulmonar
-           Normal : paCO2 : 35 – 45 mmHg ( média: 40 mmHg )
-           RN < 1500 g : paCO2 até 55 – pH > 7,20

Distúrbios Metabólicos: Ganho ou perda de ácidos ou bases.
Distúrbios Respiratórios: Diminuição ou aumento da ventilação pulmonar.

PH ↑ - ALCALEMIA     -     PH ↓ - ACIDEMIA

Caso haja aumento do H+,o centro respiratório é estimulado à acelerar o FR visando a eliminação do CO2.
Os rins em uma descompensação do sistema respiratório tenta compensar o nível do H+ pela excreção.

Causas de Hipo e Hiperventilação

HIPOVENTILAÇÃO: Depressão do SNC (anestésicos e sedativos), doenças restritivas e obstrutivas, alterações da musculatura ventilatória (neuromuscular), complacência, broncoespasmos e secreção excessiva.
HIPERVENTILAÇÃO: Febre, dor, hipóxia, ventilação mecânica e ansiedade.

quarta-feira, 13 de março de 2013

DPOC - Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas


Caracterizam-se pelo aumento da resistência a passagem do fluxo aéreo.
Surgem normalmente após os 50 anos de idade. A fase da ventilação mais afetada é a expiração. Expiração > Inspiração.
Causas: Tabagismo, genética, ambientais, infecções recorrentes.

DPOC (ENFISEMA E BROQUITE CRÔNICA)
ENFISEMA: Aumento anormal e permanente dos espaços distais aos bronquíolos terminais, acompanhados pela destruição das paredes dos espaços aéreos sem fibrose. Antigamente conhecido como soprador rosado.

BRONQUITE CRÔNICA: Tosse e expectoração purulenta por no mínimo 3 meses por durante pelo menos 2 anos consecutivos. Antigamente conhecido como cianótico.

Epidemiologia: Aumento considerável nos últimos anos, em decorrência do tabagismo. Nos Estados Unidos é considerada a 4ª maior causa de morte.
Fatores de risco: Tabagismo (80% a 90% dos casos), deficiência de alfa-antitripsina, é uma condição genética autossômica, para sua identificação é necessário investigar os parentes de 1º grau. Neste caso a elastina pulmonar que é protegida por esta proteína, que se opõe a degradação da elastina pelos neutrófilos.

Gravidade.
Estágio 1 – VEF1 > 80%
Estágio 2 – VEF1 50 a 70%
Estágio 3 – VEF1 30 a 49%
Estágio 4 – VEF1 < 30%

TRATAMENTO
Estabelecer o diagnóstico, otimizar a força pulmonar, maximizar o estado funcional, simplificar o tratamento médico e prolongar a sobrevida quando possível.

TRATAMENTO FISIOTERÁPICO
Orientar o abandono do tabagismo e necessidade de uma equipe multidisciplinar.
Orientar postura.
Recondicionar.
Técnica de reexpansão, pode associar os MMSS.
Estágio avançado na ventilação não invasiva.
Em último caso: V.M. visando otimizar a expiração.

quinta-feira, 7 de março de 2013

CLÍNICA PNEUMOLÓGICA, AVALIAÇÃO CLÍNICA


CLÍNICA PNEUMOLÓGICA

AVALIAÇÃO CLÍNICA

Identificação do paciente: Idade, gênero, raça, profissão...
Queixa principal: “O que você está sentindo?”. O que levou o paciente a buscar auxílio médico. Anotá-lo com as mesmas palavras que o paciente relatou. (SIC)
HDA/HMA (História da Doença Atual/História da Moléstia Atual): Quando e como começou? Quais os sintomas? Quando procurou assistência médica? Quais exames realizou? É a primeira vez que sente? Fez algum tratamento?

História pregressa de doenças correlatas (ex: artrite, lúpus, etc);
História pessoal (hábitos);
História familiar.

OBS: NÃO PODE FALTAR: Fuma? Fumou? Quantos anos? Quantos anos parou? Qual a média de consumo? Convive com fumantes?

SINAIS E SINTOMAS

Tosse: Seca, rouca, produtiva...
Expectoração: Quantidade, viscosidade, odor, densidade, coloração (purulenta, mucosa, mucopurulenta, hemorrágica e sanguinolenta).
Dor torácica.
Hemoptise (expectoração sanguínea ou sanguinolenta através da tosse, proveniente de hemorragia na árvore respiratória)
Cianose (Coloração azul-arroxeada da pele, leitos ungueais ou das mucosas)


EXAME FÍSICO

A)   Sinais vitais, altura, peso, fácies, linguagem, postura, exame é segmentar.
B)   Inspeção:
Forma do tórax: Chato, tonel, infundibuliforme, cariniforme (ou peito de pombo), sino, cifótico, cifoescoliótico.
Tipo respiratório: Torácico, abdominal, toraco-abdominal.
Ritmo: Dispnéia (regular e desconfortável);
Cheyne-Stokes (amplitude máxima, chega a dispneia repetindo a sequência);
Biot (incursões irregulares interrompidas por apnéia);
Kussmaul (inspiração profunda e expiração profunda, interrompida por apnéia);
Suspirosa (ritmo regular, seguida por uma inspiração profunda).
Amplitude (superficial ou profunda);
Frequência (traquipnéia ou bradpnéia);
OBS: Tiragem ocorre na região axilar e infra-axilar, uni ou bilateral.
PALPAÇÃO
- Estrutura da parede torácica (pele, músculo, ossos).
- Expansibilidade (ápice/base)
- Frênito toracovocal (mão/auscultado).
      
PERCUSSÃO

- De cima para baixo, varia a posição.     
       Hipersonoridade: aumento da quantidade de ar, Hiposonoridade e normal
      

AUSCULTA (tórax descoberto):

- Murmúrio Vesicular:
- Formas Anormais, se dividem em:
1 - Roncos – Brônquios e bronquíolos alterados.
2 - Sibilos – Brônquios e bronquíolos de pequeno calibre.
3 – Estertores
            – Creptantes: quando o ar penetra nos alvéolos ou quando tem secreção. Ex: Enfisema, mais comum na inspiração final.
            –  Sub-creptantes: quando rompe minúsculas bolhas. Aparece na inspiração e expiração. Ex: pneumonia, bronquite, edema.
   
    Obs: Atrito pleural – nas pleurites, o folheto visceral e parietal deslizam um sobre o outro.
-  Voz: pectorilóquia (↑), egofonia (nasalada), pode estar aumentada e diminuída.

sábado, 24 de novembro de 2012

MASSOTERAPIA


Componentes da massagem terapêutica
·         Meios utilizados: A mão é o melhor meio a ser usado pelo fisioterapeuta na massoterapia.
·         Intensidade de pressão: Começar levemente e aumentar o ritmo e a frequência, então manter.
·   Frequência e ritmo dos movimentos: Estabelecer o ritmo e a frequência usada na massoterapia para que o paciente não se sinta desconfortável durante a sessão e o fisioterapeuta consiga alcançar o seu objetivo terapêutico com maior eficiência.
·         Posição do fisioterapeuta: Boa ergonomia; Paciente na maca e fisioterapeuta em pé ao lado na posição de esgrimista.
·         Frequência do tratamento: Dependerá dos fatores da patologia e objetivos do método.
·     Equipamentos Necessários: Mesa; Colchão; Lençóis, toalhas e travesseiros; Lubrificantes: Óleos e hidratantes.

Benefício da Massagem Terapêutica sobre os sistemas:
·    Sistema Nervoso: Atua como um poderoso sedativo, eliminando o estresse e as tensões diárias; Alivia as dores de cabeça, melhora a insônia e reduz a irritação.
·        Sistema Muscular: Trata com sucesso as dores, fadiga e rigidez muscular, elimina cicatrizes e melhora o tônus muscular.
·         Sistema Esquelético: Melhora as artrites, alivia a rigidez das articulações e alivia a dor.
·         Sistema Circulatório: Melhora a circulação e o funcionamento do coração.
·         Sistema Linfático: Melhora o fluxo linfático.
·      Sistema Respiratório: Os movimentos de percussão/tapotagem realizados na região dorsal superior podem soltar e eliminar o muco e secreções brônquicas dos pulmões, desobstruindo as vias respiratórias.
·   Sistema Digestivo: Regulariza as funções intestinais, alivia a constipação e melhora a digestão;
·        Sistema Reprodutivo: Auxilia na melhoria dos sintomas da menopausa, tensão pré-menstrual e cólicas.

Os efeitos fisiológicos da Massoterapia são:
·         Aumento da secreção sebácea;
·         Aumento da nutrição tecidual;
·         Aumento da maleabilidade e extensibilidade tecidual.

Indicações da Massagem Clássica:
Deve basear-se em seus efeitos e na disfunção apresentada pelo paciente, destacando-se:
·         Edema e hematoma;
·         Cicatrizes aderentes;
·         Tensão muscular;
·         Dor;
·         Diminuição da ADM.

Contra-indicações:
·         Tumores (benignos ou malignos);
·         Distúrbios circulatórios (flebite, tromboflebite);
·         Doenças de pele (acne, furúnculo, etc);
·         Hiperestesia da pele;
·         Gravidez (para massagens abdominais mais profundas);
·         Processos infecciosos;
·         Fragilidade capilar.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

MOBILIZAÇÃO E TRAÇÃO ARTICULAR

Mobilização Articular


A mobilização articular é feita segundo a dosagem de MaitlandQue consiste em 4 graus de mobilização:
Grau I - Movimentos rítmicos com pouca mobilidade da articulação;
Grau II - Movimentos rítmicos, avançando um pouco mais na mobilidade articular e cheagando até a primeira resistência encontrada;
Grau III - Até o limite encontrado, voltando até o meio termo entre o limite articular e o grau I;
Grau IV - Até o limite encontrado, mantendo uma leve oscilação no limite articular.

É uma técnica muito eficaz no tratamento de disfunções articulares, controlando a dor e devolvendo os movimentos artrocinemáticos normais. Os movimentos artrocinemáticos são pequenos movimentos que acontecem dentro da articulação, necessários para os movimentos osteocinemáticos (movimentos de abdução, flexão, extensão, etc). São basicamente três os movimentos artrocinemáticos: giro, deslizamento e rolamento. A perda de algum desses movimentos poderá implicar em dor e conseqüente perda de amplitude de movimento (ADM), levando a hipomobilidade da articulação, “forçando” a uma outra articulação ficar hipermóvel, culminando em compensações que se perpetuarão por todo o corpo.
Através da mobilização articular, a cinemática articular pode ser recuperada devolvendo, o movimento osteocinemático normal em sua ADM. Também pode ser apontada a ação sobre o tecido conjuntivo, diminuindo uma possível contratura no tecido capsular e tendíneo.
Os dois primeiros graus de Maitland podem ser usados para o alívio da dor do paciente no tratamento inicial dos sinais e sintomas. Visando a recuperação de ADM, tendo já resolvido os sinais e sintomas, aplica-se a mobilização de graus III e IV. A dor é o maior parâmetro que irá guiar o fisioterapeuta em seu tratamento.



Tração Articular

A tração articular é feita segundo a dosagem de KaltenbornQue consiste em 3 graus de tração:
Grau I - Intermitente: Usada em dor aguda/espasmo;
Grau II - Intermitente: Dor sub-aguda inicial, objetivo de manter ADM;
Grau III - Sustentado: Objetivo de ganhar ADM.

A tração é uma técnica bastante eficaz para o tratamento dores articulares, capaz de reduzir a dor e aumentar a mobilidade articular. Basicamente, a técnica consiste em separar as superfícies articulares, a qual é perpendicular ao plano tratado. Para se efetuar o tratamento com tração é preciso seguir os graus propostos por Kaltenborn. Também está indicado ao tratamento inicial que pode ser realizado conjuntamente com a mobilização articular. O parâmetro seguido aqui também é a dor.

SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA


Este sistema exerce importante papel no controle do sódio pelo estimulo e liberação de aldosterona além de promover vasoconstrição e estimulação da sede.
Quando a pressão arterial diminui, os rins percebem essa variação e liberam a enzima renina que cai na corrente circulatória onde encontra a proteína plasmática angiotensinogênio (inativa), que na presença da renina se transforma em angiotensina (forma ativa da proteína) que vai aumentar a pressão arterial causando vasoconstrição. A glândula adrenal (localizada sobre os rins) percebe essa variação da pressão arterial pela vasoconstricção e libera o hormônio chamado aldosterona (mineralocorticóide) atuando nos rins e aumentando a reabsorção do sódio e a perda de K+ ou H+ pelos túbulos distais, quanto mais sódio os rins reabsorverem nos túbulos renais, maior a retenção de água, causando aumento da pressão arterial.
Assim a pressão arterial é regulada e mantida constante no organismo.

FARMACOLOGIA DOS ADRENÉRGICOS

Demonstação básica do mecanismo adrenérgico.

Os Receptores Adrenérgicos são: Alfa (1 e 2) e Beta (1, 2 e 3).
As principais catecolaminas são: Noradrenalina, Adrenalina, Dopamina e Isoprenalina.
AS catecolaminas terão afinidade parcialmente seletiva aos receptores adrenérgicos. Onde os receptores adrenérgicos terão particularidades em suas afinidades.
Em cada receptor adrenérgico teremos um tipo de resposta, dependendo previamente de onde o receptor está localizado.

Alfa-1 = Localizado nos órgãos efetuadores (membrana pós-sináptica). Localizado principalmente nos músculos lisos das arteríolas (vasoconstricção).
Alfa-2 = Está localizado na membrana pré-sináptica. Inibe a liberação de mais noradrenalina. Localizado no pâncreas (inibe secreção de insulina)
Beta-1 = Coração (Aumenta todas as propriedades cardíadas), Fígado (Gliconeogênese).
Beta-2 = Pulmão (Aumento da frequência respiratória) > Mais oxigênio no sangue. Vasodilatação dos vasos dós músculos esqueléticos ativados durante atividade física. Contração (tremor fino) dos músculos.
Beta-3 = Lipólise (queima de gordura)

Os agonistas adrenérgicos terão sua resposta ditada por vários fatores, como a sua estrutura, em quais receptores irão se ligar e seu mecanismo de ação. De modo geral, os agonistas adrenérgicos estão relacionados ao mecanismo de luta ou fuga (agindo no SNA Simpático).

AGONISTAS ADRENÉRGICOS:
AGONISTAS NÃO SELETIVOS (α e β): Noradrenalina e Adrenalina;
AGONISTA β NÃO SELETIVO (β1 e β2):  Isoprenalina;
AGONISTA β1: -SELETIVO: Dobutamina;
AGONISTA β2 – SELETIVO: Salbutamol, Salmeterol, Terbutalina, Fenoterol, Ritodrina e Clembuterol;
AGONISTA  α1 – SELETIVO: Fenilefrina;
AGONISTA  α2 – SELETIVO: Clonidina, Apraclonidina.

Os fármacos adrenérgicos terão seu uso farmacêutico de acordo com sua função no organismo, devendo-se evitar os efeitos indesejáveis que são causados por eles.